Dizem que o carro é a paixão do brasileiro. Pode até ser que seja, mas em qualquer país do mundo capitalista, a decisão pela compra de um veículo tem um forte componente emocional.
Normalmente, o que acontece é o indivíduo ter vontade de ser dono de um Porsche, o dinheiro suficiente para um Up! da Volkswagen e acabar comprando um Corsa da Chevrolet achando que fez um ótimo negócio. Para o educador financeiro da Academia do Dinheiro, Mauro Calil, o carro ideal é aquele que cabe no seu bolso e não compromete o restante dos seus compromissos financeiros.
É justamente por ser uma decisão tão emocional que tantas vezes nos sentimos tentados a aproveitar aquela promoção imperdível, o final do prazo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o feirão de fábrica. E não é exagero. Em janeiro, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Junior, foi categórico ao afirmar que a expectativa de aumento do IPI aumentou em 21,9% a venda de veículos em dezembro do ano passado.
O fato é que não tem momento ideal para comprar carro. Consultar o bolso e a família é o primeiro passo para acertar a hora de comprar um carro. “O momento certo é o seu momento”, diz Calil.
Confira os 5 conselhos do especialista Mauro Calil para quem quer acertar na compra do carro.
1 – Faça as contas
Pode parecer redundância, mas não é. Na hora de fazer as contas para avaliar se vai ou não comprar um carro, não se esqueça de contabilizar que, além da parcela, você terá gastos de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o seguro, o combustível e eventuais acidentes. Calil relembra que também faz parte da despesa a eventual desvalorização o veículo. “Um carro de R$ 30 mil, acaba custando R$ 1 mil por mês, se você tem um salário líquido de R$ 1,5 mil, por exemplo, não sobra muito para os gastos diários”, explica.
2 – Compre um carro para o bolso
Sabe aquele papo de “preciso comprar um carro que comporte minha família”? Esqueça. Essa é mais uma daquelas desculpas que damos a nós mesmos para avançar um pouquinho no valor do bem adquirido.
Calil lembra que a maior parte dos automóveis populares já serve famílias, com cinco lugares e um bagageiro pequeno e suficiente para viagens curtas. “O que tem de determinar a mudança é a faixa de renda, não o crescimento ou redução da família”, diz.
3 – Acumule primeiro, compre depois
Nós sempre desejamos é que a realização de sonhos seja imediata. No entanto, se você não precisa de um veículo para gerar sua renda, é melhor receber os juros em vez de pagá-los. Ter o valor para a compra do carro aplicado na poupança antes de levá-lo à garagem vai reduzir o efeito da compra no seu bolso. “Todo mês tem um feirão, uma promoção, uma condição especial. Se você tiver o dinheiro guardado, vai dar para aproveitar boas oportunidades sem custo adicional”, explica o especialista.
4 – Procure financiamentos curtos
Se não for esperar, pelo menos, escolha os financiamentos de prazo mais curto, de, no máximo, dois anos. Calil explica que os juros multiplicam o valor do veículo e o tempo reduz o valor do seu carro, diferentemente do investimento em imóveis, em que o bem se valoriza. “Com um financiamento de cinco anos, você pagou dois carros e o seu vale metade”, explica.
5 – Cuide bem do que já é seu
Se desistiu de trocar de carro por enquanto, não largue sua máquina ao relento. Essa é a hora de investir em uma manutenção adequada para que o veículo não gere mais despesas de manutenção até que você troque por outro. “Essa história de ir dando jeito faz as pessoas perderem mais dinheiro”, comenta o educador financeiro.