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'Não vou deixar pedra sobre pedra', diz Dilma sobre corrupção na Petrobras

A presidente reeleita do Brasil, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta segunda-feira (27), em entrevista ao "Jornal Nacional", da "Rede Globo",  e ao "Jornal da Record", que não vai deixar "pedra sobre pedra" e que a sociedade brasileira saberá o que ocorreu na Petrobras --a Justiça de Curitiba investiga um esquema de desvio de dinheiro da estatal que envolveria políticos. 

"Faremos um combate sem tréguas à corrupção. Nosso país não pode manter a impunidade daqueles que cometem atos de corrupção. Eu não só falei durante a eleição [sobre corrupção], como pode ter certeza que eu farei o possível para colocar às claras o que aconteceu nesse caso da Petrobras. Não vou deixar pedra sobre pedra. Eu vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo. Eu não concordo que isso leva à crise. O que leva à crise são as suposições e as ilações", disse ela.

Dilma voltou a pedir união em torno dos interesses nacionais, assim como já tinha feito em seu discurso da vitória, neste domingo. Ela falou na construção de pontes com a sociedade, com os movimentos sociais, mas em nenhum momento citou diretamente seu opositor nestas eleições, Aécio Neves (PSDB).
 
"Eu acredito que o Brasil tem uma democracia forte e uma institucionalidade forte. A sociedade exige uma atitude que interrompa a sistemática impunidade que ocorreu no nosso país. Doa a quem doer, que se faça Justiça", disse ela. "Agora é a hora de todos nos unirmos para garantir um futuro melhor do Brasil. É preciso abrir um amplo diálogo para desaguar em um consenso e uma ponte, para que o país cresça e mantenha um nível baixo de desemprego".
 
A presidente não quis revelar os planos da reforma presidencial que pretende promover. "Não tenho o menor interesse em fazer essa discussão agora. No tempo exato, eu darei os nomes", afirmou.
 
Dilma disse que a democracia é um dos mais importantes fatores para que as mudanças ocorram de forma pacífica e ordeira. "Havia algo em comum entre as pessoas. A busca de um futuro melhor para o Brasil. Essa busca é a grande base para que tenhamos uma união. União não significa unidade de ideias, mas abertura e disposição para dialogar. Nós temos de ser capazes de produzir as mudanças que o País exige. A grande palavra nesse momento é diálogo. Com todas as forças sociais e produtivas".
 
Segundo Dilma, a população quer continuar melhorando de vida. Ela se comprometeu a assegurar que o Brasil seja mais moderno, inclusivo e produtivo. E também a levar adiante a reforma política.
 
"Eu recebi durante essa eleição um conjunto de segmentos. O grande clamor da juventude, que me entregou uma lista, que será entregue ao Congresso, propondo que se faça um processo de consulta popular, que é essencial para fazer uma reforma política. Como a das doações empresariais à campanha. A oposição fala em fim da reeleição. O Congresso vai ter sensibilidade para perceber que essa é uma onda que avança".
 
Sobre o clima de rivalidade ocorrido durante a eleição, Dilma lembrou que é preciso respeito a todos os brasileiros. "Eu acredito que depois de uma eleição, temos de respeitar todos os brasileiros, os que votaram em mim e os que não votaram. Queremos que o Brasil tenha um caminho de crescimento, mais competitivo, mais inclusivo. É o Brasil da solidariedade, que dá importância para a criação de oportunidades. Um Brasil focado na educação, ciência e na inovação. Que cuide das pessoas, dos que emergiram nestes últimos 12 anos: as mulheres, os jovens e os negros".
 
Nesta segunda-feira, ela participou de reuniões para discutir mudanças ministeriais e recebeu os cumprimentos de presidentes e chefes de Estado. Dilma também se reuniu por cerca de 1 hora com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
 
Em seu pronunciamento após a vitória, Dilma afirmou não acreditar que o Brasil esteja dividido após as eleições. Ela se disse aberta ao diálogo e que a reeleição é um voto de esperança na melhoria de um governo. A exemplo do que ocorreu após os protestos de junho de 2013, Dilma voltou a falar em plebiscito pela reforma política. 
 
Dilma obteve 51,64% dos votos e Aécio, 48,36%. A diferença de votos foi de 3,4 milhões. Essa foi a menor em um segundo turno desde a redemocratização.
 
Antes disso, a disputa mais apertada foi em 1989, quando Fernando Collor de Mello (então no PRN) venceu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por 4 milhões de votos. Na época, Collor teve 53,03% contra 46,97% de Lula.
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